Pedro ia completar 10 anos, ele esperava ansiosamente pela data. Você, adulto, pode até se perguntar o porquê, mas um garoto de nove saberia responder sem pestanejar: com dez anos já pode andar no banco da frente.
Chegou o dia, Pedro fez aniversário. Como era já costume, uma festinha em casa para os amigos da escola e os primos. Bexiga, bolo, cachorro quente e brigadeiro. Ô delícia que é festa de criança!
Naquele mesmo dia, o aniversariante não andou de carro, não foi preciso a festa foi em casa mesmo. Ele teria que aguardar até a segunda-feira quando seu pai lhe levaria para a escola. Eles sempre iam sozinhos, então, sua mãe não estaria e ele poderia andar no banco da frente.
A segunda chegou, não demorou mais que um domingo, menos para a ansiedade de Pedro. Ele ficou pronto logo e tratou de apressar o pai. Chegou o momento tão esperado por uma década inteira.
Pedro ajeitou-se na poltrona, colocou o cinto (como ele era miúdo, o cinto ficou um pouco pegando no pescoço, mas nada que pudesse atrapalhar aquele momento), respirou fundo e foi como alguém que ganha medalha de ouro. A janela aberta era como a porta da liberdade que ventava no seu cabelo. Na volta da escola, a mesma sensação de strike.
No começo da noite, já em casa, a mãe do menino lhe perguntou como havia sido o passeio. Ele descreveu todas as sensações, cada uma das esquinas. A mãe ficou feliz pelo filho e lembrou com saudade dos seus 10 anos. Depois de alguns minutos de silêncio, Pedro perguntou de supetão:
- Mãe, quantos anos eu tenho que ter para poder dirigir o carro do pai?
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ps.: Para entender o porquê deste desafio criativo, clica aqui. Agora, se você não quer entender nada e, sim, ler os textos, clique aqui.
Estou adorando esse desafio! Cheguei só hoje mas já li todos os textos! E sim, você sabe escrever narrativas ;)
ResponderExcluirQue legal, Rosa! Fico feliz que esteja gostando :) Ah, eu ando apanhando um pouco, viu.. kkkk... Mas está sendo muito legal, tenho gostado!
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