Sacrifício de quaresma

Hoje é quarta-feira de cinzas, como todos sabem. Mas ela não serve para curar a ressaca do carnaval até o meio dia, e depois ir trabalhar, ou pelo menos não deveria. Você já deve estar pensando que este papo é para católicos praticantes (ô expressão terrível!), mas eu asseguro a você que não. Este texto é para todos, todos que vivem socialmente.

A quarta-feira de cinzas é uma celebração que inicia o tempo da quaresma que, por sua vez, antecede a Páscoa. Confere? Sim. E, na quaresma, todo mundo aqui já ouviu falar em fazer jejum. Confere? Sim. Mas, como assim fazer jejum? A Igreja Católica recomenda o jejum durante este tempo como uma forma de reflexão e preparação para celebrar a Páscoa (que é a data que lembramos da ressurreição de Jesus). Então, quer dizer que, se eu ficar sem comer carne vermelha toda sexta-feira da quaresma, na Páscoa, já estou joinha e tá tudo certo. Vamos com calma cidadão. É bem esse que eu chamei de sacrifício de quaresma lá no título.

Eu sempre aprendi que o jejum quaresmal deve ser feito com um objetivo concreto. Por exemplo, se eu escolho ficar sem comer algo, o dinheiro que eu gastaria comprando isso, guardarei e ofertarei. Entendeu? Agora, além disso, durante a quaresma, e a qualquer momento da vida, pra quem é católico ou não, você pode escolher se abster de algo. Vou lhe contar uma história, fica bravo não que vai ser rápido, e eu sempre gosto de contar histórias.

O ano passado, no início da quaresma, decidi que faria um jejum diferente. Eu já fiz alguns jejuns, mas nunca concretizei o objetivo que eu disse aí no parágrafo de cima. Já até fiquei sem comer o dia todo na sexta-feira santa, não adiantou nada, porque depois das 3 da tarde, comi um monte de uma vez, sem contar que fiquei o dia todo com dor de estômago. Ponto para a falta de significado. Mas, voltando para a história do ano passado, eu escolhi fazer jejum de reclamar. Yes, baby! Eu reclamava demais e de tudo e sempre. Então, decidi que ficaria 40 dias sem reclamar de nada, nadinha. Foi difícil, fato. No começo, quando percebia, já estava reclamando. Um exercício. Mas consegui. E o mais legal é que eu me desapeguei desta mania. Depois de tempos, percebi que reclamar não era mais um hábito na minha vida. Claro, que às vezes reclamo de algo, antes que você diga "duvido que não". Mas o importante é que isso não me é mais habitual.

Pronto. Fim da história. É o parágrafo mais longo do texto, eu sei. Mas você pode começar a trabalhar a sua preguiça de ler, o que você acha disso?

Independente de religião, ou qualquer coisa assim, todo mundo tem um hábito ruim que precisa dar uma melhorada. Se você é católico repense o que fará durante a quaresma, será que deixar de comer carne, ou qualquer outro alimento, irá de fato preparar seu coração para celebrar o mistério da Páscoa? Se você não é católico, o que acha de repensar algum hábito que não faz bem, nem a você, nem a quem está perto de você?! Talvez doces em excesso, talvez reclamar em excesso, talvez bebidas e cigarros, talvez grosseria ou pessimismo. Já pensou em dizer "por favor e obrigado" sempre?

Tente, sempre é hora de mudar. Às vezes, várias tentativas no mesmo dia.

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